| Jornal online - Registo ERC nº 125301



Alterações Climáticas
Publicado sábado, 18 de junho de 2005 | Por: Notícias do Nordeste

Comemora-se no dia 5 de Junho mais um Dia do Ambiente. Vale a pena reflectir, um pouco, a pretexto da sua comemoração, na questão das alterações climáticas. Esta questão global, é merecedora de uma análise séria das políticas da energia e dos transportes adoptadas por quem detém o poder de decisão, mas sobretudo da análise dos nossos próprios comportamentos, com vista à adopção de práticas esclarecidas. Esta atitude de nós tornarmos parte da solução dos problemas, recorda-me uma frase de Marshalll McLuhan “ NÃO HÁ PASSAGEIROS NA NAVE ESPECIAL TERRA, TODOS SOMOS TRIPULAÇÃO”
Não parece haver dúvidas que o clima foi mudando, sempre, ao longo da história da Terra. Desde o início da revolução industrial, devido à acção do homem, emitiram-se e emitem-se elevadas quantidades de gases com efeito de estufa para à atmosfera. A composição da atmosfera em dióxido de carbono, desde a Revolução Industrial, aumentou 30%. Somos 6 mil milhões de pessoas, a consumir combustíveis fósseis como o petróleo, o carvão e o gás natural; a alterarmos o uso do solo e a destruirmos florestas. Sempre que se queima gasolina num motor de um automóvel, está a libertar-se, em segundos, o carbono imobilizado no interior da Terra há milhares de anos, quando se incendeia uma floresta perde-se também, sob a forma de gás, o carbono armazenado pela fotossíntese.

Para os investigadores há uma clara relação entre o aquecimento global do clima verificado, nos últimos 50 anos e à acção do homem. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM) registaram-se, durante esse período de tempo, aumento da temperatura média global à superfície, maior frequência de fenómenos climáticos extremos, situações de seca mais graves e mais longas e precipitação em períodos de tempo mais curtos e de forma mais intensa, aumentando o risco de incêndios. O IPCCC, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, prevê até 2100, um aumento de temperatura entre 1,4 e 5,8ºC, e um aquecimento global médio de 0,3ºC por década.
Senão fizermos nada, para além de literalmente assarmos durante as ondas de calor, surgirão outros impactos….

Qual o efeito na atmosfera dos gases com efeito estufa?

As actividades humanas libertam para a atmosfera gases com potencial de aquecimento ou seja gases com efeito de estufa (dióxido de carbono, metano, óxidos nitrosos, ozono e CFC). Estes gases deixam passar a radiação solar e absorvem grade parte desse calor, reduzindo as perdas para o espaço. Esta atmosfera modificada pelo homem actua como uma estufa, provocando um aumento de temperatura global no planeta.
As árvores podem desempenhar um excelente papel na diminuição do dióxido de carbono, já que utilizam este gás na fotossíntese, e que podem funcionar como sumidouros de carbono.

Medidores naturais do clima do passado
Os investigadores determinam as temperaturas do passado usando certas ajudas: o exoesqueleto dos corais, os grãos de pólen nas camadas de sedimentos dos lagos, partículas e bolhas de ar aprisionadas no gelo, a composição dos sedimentos marinhos, os anéis de crescimento das plantas e as estalactites e estalagmites.

Protocolo de Quioto
O texto do protocolo foi aprovado em 1997 na antiga capital japonesa e entrou em vigor em 2005.
O acordo visa reduzir as emissões de gases com efeito estufa para a atmosfera. Esta obrigatoriedade estende-se apenas aos países desenvolvidos. Numa primeira efectua-se a quantificação desses gases. Cada país têm uma meta a cumprir, a União Europeia colectivamente deverá reduzir as suas emissões em 8%, os Estados Unidos 7%, o Japão 6%.Estes cálculos são feitos em relação às emissões observadas em cada país em 1990 e a redução deverá ser atingida entre 2008 e 2012.
Os Estados Unidos não ratificaram Quioto e continuam a aumentar as suas emissões.
Apesar de o conjunto dos países europeus caminhar no sentido do seu cumprimento, a não adesão de países como os E.U.A. dificulta o seu cumprimento globalmente.
Portugal pertence aos países que ainda poderá aumentar a emissão de gases de estufa cerca de 27%, mas um estudo recente prevê que, caso nada seja feito em contrário, em 2010 o aumento será de 52%.

Portugal, Portugal

Portugal ratificou Quioto, mas o seu cumprimento passa por um grande empenhamento e envolvimento do governo, das indústrias, mas também do cidadão comum. O projecto SIAM, liderado por Filipe Duarte Santos, investiga desde 1999 os cenários climáticos futuros, através de modelos matemáticos e físicos que simulam o comportamento da atmosfera e a sua interacção com os oceanos Os modelos estudam também o impacto dessas alterações sobre os vários sectores socioeconómicos, nos recursos hídricos, na agricultura, biodiversidade, na floresta, no sector da energia, na saúde humana.
Os sectores que mais emissões gasosas produzem são: a energia, os transportes, a indústria, o sector doméstico e da floresta. O Programa Nacional para as Alterações Climáticas aponta políticas e medidas específicas mitigadoras para cada um destes sectores, tais como:
Reduzir a dependência do sector energético dos combustíveis fósseis;
Permitir uma maior penetração das energias alternativas, ex, energia solar;
Promover incentivos fiscais fortes para a aquisição de equipamentos que funcionem a energias alternativas;
Promover na área dos transportes, a mobilidade sustentável;
Desincentivar a utilização do carro particular;
Estimular a utilização do sistema ferroviário eléctrico em detrimento do rodoviário;
Reduzir os incêndios florestais;
Incentivar a população a adoptar comportamentos sustentáveis relativamente à energia, aos transportes, aos resíduos e à água. Pois indirectamente “os maus comportamentos ambientais em áreas aparentemente sem relação com as alterações climáticas” inflacionam as emissões prejudicais.

Teremos que poupar energia nas nossas casas; usar lâmpadas de baixo consumo, não deixar a porta do frigorífico aberto muito tempo, optar por electrodomésticos eficientes energeticamente, calafetar portas e janelas. Optar pela utilização dos transportes públicos para evitar o uso do automóvel privado. O Combate às alterações climáticas passa por uma interiorização muito séria, em cada individuo, das práticas de uso racional da energia, dos transportes, da água…trata-se de, cada um de nós, efectuar uma revolução interna, na forma como nos relacionamos com o interruptor da electricidade, com uma das nossas conquistas mais queridas – o carro…

Principais alterações verificadas em Portugal?
Se as previsões se confirmarem os principais impactos resultantes são:
- Subida do nível do mar, agravando ainda mais o fenómeno da erosão costeira;
( Por volta de 2010 o aumento seria de 100 cm)
- Maior risco de cheias, a precipitação diminui, mas ocorre em períodos mais curtos;
- Ocorrência de ondas de calor mais agressivas com consequências muito negativas para a saúde pública;
- Degradação da qualidade da água;
- Maior risco de incêndios;
- Diminuição da produtividade das plantações florestais;
- Extinção de espécies muito dependentes de habitats muito específicos. Ex. Endemismos ibéricos, toupeira-de-água.

A equipa do projecto SIAM desenvolveu um teste que nos obriga a reflectir acerca da contribuição do nosso comportamento para as alterações climáticas. Sensibiliza-nos para a importância dos nossos gestos e hábitos diários e para a adopção de hábitos mais amigos do ambiente. Torna-nos parte da solução.
Convido-o corajosamente a fazê-lo:

As respostas do tipo a são classificadas com 1 ponto.
As respostas do tipo b são classificadas com 2 pontos.
As respostas do tipo c são classificadas com 3 pontos.

Some os pontos relativos às dez perguntas.
Classificação dos impactos climáticos obtidos, se toda a população tivesse o mesmo comportamento:






Eugénia Gonçalo [18-06-2005]

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